A velocidade a que se processam alterações nas empresas, nomeadamente no aspecto tecnológico, colocam hoje inúmeras dificuldades aos gestores. E essas dificuldades se primeiro se expressam neles mesmo, ou seja na sua capacidade de assignarem novos conceitos e novas fórmulas, colocam-se, também, aos recursos humanos da empresa.
Nem sempre as pessoas estão abertas à aprendizagem e à aquisição de novos conhecimentos e competências. Essas resistências manifestam-se muitas vezes como defesa. As pessoas receiam muito sair da sua zona de conforto. E a questão ganha mais acuidade quanto mais avançada é a idade.
É um exercício complicado, por parte da gestão das empresas, a necessidade de introduzirem novos conceitos, novas ferramentas tecnológicas, com custos muito elevados e que se implementados devidamente, representam mais-valias significativas no seu funcionamento e encontrarem grandes resistências por parte de quadros das empresas.
Obviamente todos sabemos que muitas vezes essas resistências são uma defesa, perante a possibilidade de não se sentirem capazes para esses novos desafios, pelos seus níveis de exigência. E então esses “velhos do Restelo” são os primeiros a colocar todo o tipo de entraves à implementação do que quer que seja.
A fronteira nas empresas que se pretendem modernas e com resposta aos desafios que os mercados hoje exigem, são cada vez mais ténues. E os mercados são implacáveis eliminando, naturalmente, todos aqueles que não forem capazes de acompanhar a marcha dos tempos. Tal como na selva só os mais fortes, os melhores preparados resistem e sobrevivem.
Não é fácil à gestão manter níveis de motivação hoje em dia e muito menos ter mecanismos de defesa perante estas situações. Essas pessoas que contrariadas vão para programas de reciclagem e formação, não vão assimilar os conhecimentos que vão ser disponibilizados e vão, antes pelo contrário, constituir força de bloqueio às alterações que se preconizam.
Já basta em determinados sectores da actividade económica o esforço financeiro que as empresas têm que fazer para se actualizarem. O mercado gráfico é paradigmático quanto a isso. Os equipamentos são muito caros e os seus tempos úteis de vida e de rentabilidade reduziram-se drasticamente nos últimos anos.
Pelas razões aduzidas, não é possível a uma empresa fazer grandes investimentos e depois não obter níveis de rentabilidade elevados. Os custos de financiamento são muito caros e o investimento tem que ser pensado de forma muito consciente. Cada vez mais impõem-se estudos económicos de viabilidade de um investimento, por forma a sabermos, atempadamente, os seus pontos críticos e a necessidade de adequação das estruturas técnico-comerciais, para que o mesmo seja rentável e não um sorvedouro dos recursos financeiros da empresa, porque o mesmo não foi devidamente estudado em todas as componentes.
E é esse exercício que hoje é muito complicado para a gestão. A qualidade dos recursos humanos da empresa, a fim de estes serem capazes de absorverem conhecimentos e potenciá-los ao serviço da empresa e, por outro lado, a necessidade de se manterem actualizados tecnologicamente de forma a produzirem de forma competitiva no mercado.
É neste binómio “qualidade dos recursos humanos / implementação de novas tecnologias” que se colocam os grandes desafios à gestão de hoje. Mas o que não deixa de ser curioso é a disponibilidade que ainda algumas empresas têm para fazerem investimentos em equipamentos, nem sempre, como dissemos, estudados de forma conveniente e sejam mais resistentes em investirem em ferramentas de gestão (software) que em tempo real lhes permitam obter informação crucial para tomadas de decisão.
Não tenhamos qualquer dúvida que hoje decidir sem ter a informação adequada é um exercício que, mais cedo ou mais tarde, será pago de forma funesta para as empresas.
Se é importante que as empresas tenham bons recursos humanos, disponíveis para assimilarem novos conceitos, que possuam equipamentos tecnologicamente sofisticados com custos mínimos de preparação e arranque e extremamente produtivos, não é menos importante que a empresa possua um óptimo software de gestão que lhes permita gerir a empresa de forma integrada.
Como em futuros textos abordaremos não é possível hoje encarar a gestão sem informação. Uma informação completa sobre todas as fases, desde a orçamentação, a produção até aos níveis de análise de rentabilidade mais diversos.
Se gerir é um enorme desafio hoje, gerir sem informação é, inquestionavelmente, uma morte anunciada. Pena é que muitos gestores não se apercebam disso atempadamente.