Todas as empresas contam com dois fatores que, quando confrontados, indicam o seu sucesso ou, em muitos casos, a sua viabilidade: Os Custos e os Proveitos.
Se pensarmos apenas na rentabilidade, individualizada, em cada folha de obra ou produto, diríamos que esta está na diferença entre os custos de produção e o proveito refletido no valor faturado ao cliente.
Enquanto que os proveitos são evidentes e não oferecem grandes dificuldades de apuramento, é nós custos que reside a grande questão, uma vez que alguns não podem ser diretamente imputados – são estes os custos indiretos.
De uma forma simplificada, podemos considerar como custos indiretos, os custos com a estrutura, como a água, a luz, as comunicações, etc., bem como os custos com os funcionários administrativos. Todos são inerentes ao funcionamento da empresa, mas são difíceis de ser imputados individualmente a cada trabalho. Por causa disso, dessa dificuldade, são, muitas vezes, desprezados e camuflados numa margem de lucro mais alargada. Poderíamos pensar que assim estamos salvaguardados. Contando, também com estes custos na margem de lucro, ao faturarmos, estamos a cobrar ao cliente todos os custos, tanto os diretos como os indiretos. Correto? Nem sempre!
Como todos sabemos, uma coisa é o primeiro orçamento que damos ao cliente. Outra coisa, após a negociação, é o preço final que oferecemos. Quantas vezes vamos baixando à margem na tentativa de ganhar o orçamento, até pela importância comercial ou estratégica que possa significar?
Aqui é que reside a grande questão! Se tivermos os custos indiretos incluídos na própria margem, nunca sabemos com exatidão até onde podemos ir na renegociação. Corremos o risco de pensarmos que estamos a ganhar pouco mas, se analisarmos bem, já estamos a ter prejuízo.
Qual é a solução? Calcularmos separadamente todos os custos, tanto os diretos, como os indiretos e, só depois, fazemos incidir a margem de lucro.
Por exemplo, pelo peso que o orçamento tiver na nossa expectativa global de vendas, é possível de calcular e diluir os custos indiretos, individualmente, trabalho a trabalho.
Assim, mesmo que baixemos a margem até ao limite, sabemos que, pelo menos, não estamos a pagar para trabalhar…
Concorda com a nossa visão?